REUNIÃO COM TEMER: Suely Campos fala de crise migratória e cobra fortalecimento do Estado

Por LEANDRO FREITA
Fotos: Marcelo Rodrigues

Encontro ocorreu no Palácio Senador Hélio Campos, sede do governo de Roraima

No discurso de abertura da reunião com o presidente da República, Michel Temer, nesta segunda-feira, 12, a governadora Suely Campos potencializou a necessidade de o Governo Federal apresentar soluções para a crise migratória que Roraima está enfrentando com a volumosa entrada de venezuelanos no Estado e outros temas relacionados à economia, energia elétrica e regularização fundiária.

“Mais importante que essa crise migratória, que é temporária, é o fortalecimento do nosso Estado para superar esses impactos todos e garantir as condições de desenvolvimento econômico e social para todos os roraimenses, por meio do emprego e da geração de renda”, declarou a governadora.

Michel Temer está em Roraima cinco dias após a visita de três ministros do Governo Federal, com objetivo de visualizar a crise migratória e traçar ações e políticas públicas para suprir a necessidade do Estado que está com os serviços públicos comprometidos dado o elevado crescimento de atendimento de venezuelanos.

Hoje, estimativas mostram que 10% da população da Capital é composta por imigrantes venezuelanos, o que representa aproximadamente 40 mil pessoas, o que reflete nas matrículas nas escolas públicas da rede estadual, bem como os hospitais e outros segmentos de governo.

“O que mais preocupa não são as pessoas que são qualificadas, que têm uma profissão, e esses podem se estabilizar no mercado de trabalho. Nos preocupamos sim com as milhares de famílias morando nas ruas, nas praças, em risco social e em grande vulnerabilidade e que não tem qualificação profissional”, observou Suely Campos.

OUTROS TEMAS – Não só a crise migratória foi pauta da reunião com o presidente da República. O avanço da fronteira agrícola teve destaque como fundamento para cobrar agilidade do Governo Federal na regularização das terras. O processo depende apenas de uma manifestação da Secretaria de Patrimônio da União para o Conselho de Defesa Nacional emitir o assentimento prévio, permitindo ao Governo de Roraima a emissão de títulos definitivos das terras em 12 glebas.

Segundo a governadora, Roraima é a mais nova fronteira agrícola do País. “A nossa safra de grãos cresceu 36% no ano passado e precisamos manter esse crescimento. Mas, para isso é necessária a segurança jurídica, e, só assim, o agronegócio será impulsionado”, frisou.

Esse crescimento está atrelado também à segurança energética. O Linhão de Tucuruí ganhou participação na reunião, já que Roraima é o único estado brasileiro a não fazer parte do Sistema Interligado Nacional. Hoje, Roraima é abastecido em 70% pela energia elétrica gerada por Guri, na Venezuela.

Guri manda 130 megawatts e as termelétricas complementam com 50 megawatts, porém, com alto custo e ambientalmente comprometedor, por ser gerado por meio da queima de combustíveis fósseis. “Recentemente, notícias internacional dão conta da manifestação do Parlamento Venezuelano, declarando o fim da integração com o Brasil e a Colômbia, o que reforça a necessidade da conclusão do Linhão de Tucuruí e descartar qualquer apagão em Roraima”, enfatizou Suely Campos.

Repactuação de dívida é abordada em reunião

Ainda no discurso, Suely Campos pontuou temas voltados para a economia do Estado. A repactuação das dívidas herdadas pela atual gestão de governo foi ponto principal. Por mês são mais de R$ 20 milhões descontados direto do Fundo de Participação dos Estados, fruto de empréstimos firmados no governo passado.

“Essa dívida inviabiliza os investimentos e prejudica diretamente a nossa população. Precisamos que isso seja revisto e que as parcelas sejam proteladas e tenhamos mais recursos para investimento nas ações e programas de governo”, declarou a chefe do Executivo Estadual.

 

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