PT reúne militância para debater questão de gênero e participação da mulher na política

Por Pablo Sérgio

Na noite da última sexta-feira, 16, o Partido dos Trabalhadores (PT) realizou através da Secretaria Estadual de Mulheres do PT de Roraima e do Núcleo de Mulheres de Roraima (Numur), uma roda de conversa sobre: ideologia de gênero, desmitificar é preciso e participação da mulher na política.

De acordo com a secretária estadual de mulheres do PT, Antônia Pedrosa, o objetivo do evento foi dialogar sobre os temas propostos, no sentido de levantar o debate, com elementos teóricos sobre as temáticas, com a participação de militantes e simpatizantes do PT e quem mais tivesse interesse sobre os temas propostos.

Segundo Antônia Pedrosa, “Vemos esse debate como peça fundamental para desmistificar ‘ideologia de gênero’, pois o que temos são estudos de gênero, onde, diversos estudos apontam as desigualdades, em diversos segmentos, como por exemplo, nas mesmas profissões, o homem, recebe salário maior que a mulher. Portanto, está Lei, que foi aprovada em âmbito Estadual, mesmo como o parecer da PROGE, pela inconstitucionalidade, é de certa maneira, uma aberração, e um retrocesso, principalmente para as mulheres e também para os que integram o LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros)”, esclareceu.

Antônia Pedrosa fala da lei apresentada pelo deputado estadual Mecias de Jesus (PBR), aprovada pela Assembleia Legislativa de Roraima e sancionada pela governadora Suely Campos (PP) e que tem sido contestada pelas lideranças dos movimentos sociais e, particularmente, pelo Numur.

Já sobre a participação das mulheres no mundo da política, Antônia disse que essa participação ainda é muito tímida “Apesar de sermos a maioria em números, isso não reflete na representatividade nos espaços de poder. É necessário que nos organizemos, que possamos pensar e fazer mais debates, no intuito de alertar as mulheres para a importância de participarmos ativamente na política, pois, são nestes espaços que acontecem as tomadas de decisões”, fez questão de observar a dirigente petista.

   Secretária Estadual de Mulheres do PT Roraima, Antônia Pedrosa

Para a secretária estadual de formação do PT, professora Sirdennys Santana, cada roda de conversa é um momento de formação e informação política que ajuda aos participantes terem conteúdo para prestar esclarecimentos em suas áreas de atuação, seja na escola, no trabalho ou mesmo na família.

“Sem dúvida, os temas abordados na roda de conversa são temas extremamente relevantes. O momento em que vivemos, de banalização da vida, nos força a refletir sobre o que temos conversado e com quem conversamos. Vemos pessoas querendo encontrar motivos óbvios para a violência, principalmente,  contra a mulher. Arranjar motivos diversos como: mereceu, provocou, se alterou, não respeitou… entre outros, parece validar todo tipo de agressão”, desabafou.

Ela destacou ainda que durante a roda de conversa promovida pelo PT, constatou-se que as mulheres de um modo geral, mesmo sendo independentes, sentem medo. “Sentimos medo. Medo de andar sozinhas, medo de morar sozinhas, medo de sermos estupradas, violentadas… em pleno século XXI e isso precisa acabar. A mulher vive vulnerável, mesmo tendo tido conquistas consideradas, libertadoras”, lamentou Sirdennys.

Secretária estadual de formação do PT, Sirdennys Santana

Já quanto a participação da mulher no mundo da política, para ela, é algo imprescindível.  Precisamos de pessoas que olhem para a vida, para a segurança, para a família, para as cidades… com o olhar de mulher”, concluiu.

Por sua vez, Andréa Vasconcelos, uma das representantes do Numur no evento, disse ser fundamental esse tipo de debate principalmente nos dias atuais em que paira sobre a sociedade um discurso reacionário que insiste em colocar a mulher num papel secundário na sociedade, inclusive no mundo da política.

“Nós do Numur temos nos colocado a disposição de todos os setores da sociedade roraimense para contribuirmos com esse debate esclarecedor, visando romper o preconceito e romper com essa cultura de violência existente na sociedade roraimense contra a mulher”, afirmou Andréa Vasconcelos.

Andréa Vasconcelos, representantes do Numur

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